terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Instruções para Realização de Urinálise Sedimentoscopia

Instruções para Realização de Urinálise Sedimentoscopia.

INSTRUÇOES PARA USO DOS MICROSCÓPIOS.

Os microscópios da seção de Urina devem ser todos equipados com condensador de fase para que a rotina de microscopia seja feita com a óptica fase.
.
Para a realização do exame microscópio ,é importante que o operador sente-se corretamente com as contas apoiadas adequadamente no encosta da cadeira e os pés tocando o chão .Para tanto, as cadeiras devem ser dotadas de rodízios e com altura regulável .A altura das oculares deve estar adequadamente ajustada a altura dos olhos. À distância pupilar deve ser ajustada corretamente .Ela de acordo com o observador .

O esfregaço de Urina é preparado para ser lido a fresco , sem lamínula e deve ser fino o suficiente comportar apenas um plano focal.

Para inicia a operação ,ligue o microscópio e girando o botão até atingir a luminosidade adequada trabalhando com contraste de fase e permitindo e desejável operar com o Maximo de luminosidade confortável á visão . O condensador deve estar elevado ,próximo da preparação (lâmina). A prática de baixar o condensador ,para aumentar o contraste não se aplica neste tipo de microscópio.

Utilizar as objetivas de pequeno aumento , inicialmente ,para localizar e examinar
de uma maneira geral preparação. Existe um número em cada anel de fase no condensador e em cada objetiva . Os números dos anéis do condensador e das objetivas devem coincidir (ph 2,ph3,etc).

O esfregaço deve ser fino o suficiente para conter apenas um plano focal durante a observação. Isto, na prática, corresponde ao fato de ao movimentarmos o micrométrico, só vermos uma camada de elementos por exemplo, células. A observação de elementos de planos superiores ou inferiores indica que o esfregaço esta muito espesso.

A leitura fina do esfregaço deve ser feita com objetiva de aumento de 40X. O resultado, no caso de sedimento qualitativo, é dado em número de elementos por campo microscópico. No caso do sedimento quantitativo, o resultado é dado em elementos por ml. Neste último caso, não é obrigatório a contagem com objetiva de 40X, Sendo possível a utilização de outras objetivas, com aumento menor, desde que a discriminação dos elementos não seja prejudicada.

Um erro comum é o de , na contagem do sedimento qualitativo, o obse4vador valorizar e escolhe mais os campos que contêm elementos, passando sem consideração os campos desprovidos ou pobres em elementos.

2. SEDIMENTO QUALITATIVO

Deve-se centrifugar cerca de 12 ml de urina em tubo cônico, por 10 minutos á 3000 rpm. Variações de 6 a 10minutos e 2800 a 3500 rpm, são aceitáveis.

Obs: Quando a contagem for realizada em urina não centrifugada, multiplicar por 50.

Inverter o tubo, após a centrifugação, e utilizar a urina sobrenadante para as eventuais pesquisas e dosagens. No fundo do tubo permanecem cerca de 0,2 ml de sedimento. Este material deve ser colocado em lamina, formando o esfregaço fino.

A contagem dos elementos deve ser feita em vários campos, e o resultado final será a média do número de elementos observados.

3. SEDIMENTO QUANTITATIVO.

Deve-se centrifugar exatamente 10ml de urina, em tubo cônico graduado, por 10 minutos, á 3000 rpm. Variações de 6 a 10 minutos e 2800 a 3500 rpm são aceitáveis.

Obs: Quando a contagem for realizada em urina não centrifugada, multiplicar por 10.
Sem agitar e sem ressuspender o sedimento, retirar os 9 ml superiores. Agitar o tubo para homogeneizar o material restante (1ml). Inclinar o tubo e, com o auxilio de um capilar, transferir a amostra homogeneizada para a câmara de Neubauer, preenchendo cuidadosamente a área de contagem, observando para que não haja transbordamento.

Lembrar que, em cada câmara, é possível colocar duas amostras ao mesmo tempo.

A contagem dos elementos deve ser feita da seguinte maneira:
· Contar o número de elementos presentes nos quatro quadrados grandes – cada um destes quadrados contém dezesseis quadrados menores – tirar a média aritmética e multiplicar por mil.
· Se a urina contiver um número muito grande de elementos, podem ser contados os quatro quadrados pequenos que se encontram nos vértices do quadrado central mais o quadrado pequeno central, tirar a média aritmética d multiplicar por 25 ml.

4. ELEMENTOS VISUALIZADOS.

4.1 Células Epiteliais

Não é feita a contae4m das mesmas. A valia-se a quantidade expressando o resultado da seguinte forma:
· RR – Raríssimas.
· RA – Raras.
· AL – Algumas.
· NU – Numerosas.
No Sedimento qualitativo existe espaço próprio para anotar as células. No sedimento quantitativo elas deverão ser anotadas no espaço destinado a “Outros elementos”, com a mesmo nomenclatura usada para o sedimento qualitativo.
Não há justificativa para se expressar numericamente a quantidade de células epiteliais.

4.2 Leucócitos

Sedimento Qualitativo: Além do número médio encontrado em cada campo, será fornecida a informação quanto ao estado em que os leucócitos se encontram (isolados, degenerados, agrupados).

A seguir apresentamos a relação de observações referentes aos leucócitos que pode ser utilizada em casos de sedimento qualitativo.

Números utilizados:
· De 1 a 10 por campo utiliza-se qualquer número.
· De 10 a 20 por campo utilizam-se apenas o número 15. Qualquer outro número nesta faixa deverá ser aproximado.
· De 20 a 100 por campo utiliza-se números de 10 em 10 , (ex: 30 pc, 50 pc, etc).

Siglas:
· RR - Raríssimos.
· RA - Raros.
· ISO – Isolados.
· IRD – Isolados, raramente degenerados.
· IAD – Isolados, algumas vezes degenerados.
· IFD – Isolados, freqüentemente degenerados.
· RDA – Raramente degenerados e agrupados.
· ADA – Algumas vezes degenerados e agrupados.
· FDA - Freqüentemente degenerados e agrupados.

4.3 Eritrócitos

· Sedimento Qualitativo: Procede-se a contagem e, quando o número for igual ou superior a 10 pc deve ser referida a presença ou não de dismorfismo eritrocitário ( Dis E).
· Sedimento Quantitativo: Procede-se á contagem e, quando o número for igual ou superior a 10000/ml refere-se a presença ou não de dismorfismo eritrocitário (DIS E ).
Se o dismorfismo eritrocitário for positivo, com presença de cilindros hemáticos, considere este item completo.
Se o dismorfismo for positivo, mas não houve observação de cilindros hemático, centrifugar novo tubo e observar qualitativamente (em lâmina) a presença de cilindros. A centrifugação de novo tubo também será necessária quando houver dúvida no resultado do dismorfismo. Neste caso, anotar no item “Outros” a seguinte observação: No exame qualitativo do sedimento foram observados raríssimos (ou raros) cilindros (descrever o tipo de cilindro encontrado e que não tenha sido referido no exame quantitativo). O próprio técnico que leu o sedimento quantitativo se encarrega de observar isto.
Obs: Os eritrócitos poderão ser contados em urina pura em casos em que o número de leucócitos for tão alto a ponto de dificultar a observação dos eritrócitos. Nestes casos, o resultado no sedimento qualitativo deverá ser multiplicado por 50 e no sedimento quantitativo por 10.

4.4 Dismorfismo Eritrocitário (Dis E)

Deve ser referido sempre que o número de eritrócitos for igual ou superior a 10 pc ou 10000/ml.
O resultado será expresso pelo técnico em cruzes e no laudo deverá ter a seguinte interpretação:
Dis E + - discreto dismorfismo eritrocitário.
Dis E ++ - moderado dismorfismo eritrocitário.
Dis E +++ - evidente dismorfismo eritrocitário.
Dis E 0 – ausência de dismorfismo.

A análise do dismorfismo eritrocitário, relacionada com presença de cilindro hemático é de extrema utilidade no diagnóstico da origem de uma hematúria.

Devido ao seu grau de importância, só poderá ser avaliado por técnicos bem treinados e todo dismorfismo positivo deverá ser revisto por outro técnico.

4.5 Cilindros

Para facilitar a evidenciação dos cilindros, observa-se primeiramente a presença deles em aumento menor (100 vezes) e identificar-se qual o tipo em aumento maior (400X).

Sedimentos Qualitativos: Os cilindros não são contados, mas descritos em relação ao tipo e avaliados através das seguintes denominações:
· RR – Raríssimos.
· RA – Raros.
· AL – Alguns.
· NU – Numerosos.

Sedimento Quantitativo: Conta-se o número de cilindros isoladamente, dependendo do tipo, expressando o resultado por ml.

Tipos de Cilindros:
· HIAL – Hialinos.
· FINGRAN – Finamente granulosos.
· GRAN – Granulosos.
· CEL – Celulares.
· CER – Céreos.
· LIF – Lipoídicos só são pesquisados e referidos quando a proteína for igual ou superior a 1g/l.
· HEM – Hemáticos só são pesquisados e referidos em casos em que o número de eritrócitos for igual ou superior a 10 pc ou 10000/ml.

4.6 Filamentos de Muco

São anotados em “Outros elementos” e referidos da mesma maneira, tanto no sedimento qualitativo como no quantitativo. O resultado sairá da seguinte maneira:
· PQMUC – pequena quantidade de muco.
· REMUC – regular quantidade de muco.
· APMUC – apreciável quantidade de muco.

4.7 Bactérias

São referidas no espaço destinado a “outros elementos”. A maneira de anotar a presença de bactérias será igual tanto para sedimento qualitativo como para quantitativo.
· RABAC – raras bactérias.
· ALBAC – algumas bactérias.
· NUBAC – numerosas bactérias.

Obs: É importante que esta referência seja feita apenas quando o observador tiver absoluta certeza de que se trata realmente de bactérias e a flora for “homogênea”.

4.8 Cristais

Os Cristais são referidos na parte do exame destinada a “Outros elementos” e de acordo com a quantidade serão referidos como:
· RR – Raríssimos + o tipo de cristal (urato amorfo, oxalato de cálcio etc).
· RR – Raros.
· AL – Alguns.
· NU – Numerosos.
Como a presença de alguns cristais depende do pH urinário deve ser observado se há compatibilidade. Além da morfologia, há alguns procedimentos que auxiliam a identificação dos diferentes tipos de cristais.

Tipos de Cristais

Ácido úrico.
· Freqüentemente encontrados em urinas ácidas.
· Solúveis em NaOH em Tampão Borato.
· Com o uso do filtro de luz polarizada, evidencia-se uma grande variedade de cores, possibilitando a sua diferenciação de outros cristais.

Urato amorfo.
· Encontrado em urinas ácidas e neutras.
· Solúvel em NaOH ou em Tampão Borato.

Oxalato de Cálcio.
· Encontrado em qualquer pH.
· Solúveis em HCl diluído.

Fosfato amorfo.
· Encontrado em urinas neutras ou alcalinas.
· Solúveis em ácido acético ou em tampão acetato.

Fosfato amoníaco – magnesiano.
· Encontrado em urinas neutras ou alcalinas.
· Solúveis em ácido acético ou em tampão acetato.

Fosfato de Cálcio.
· Encontrado em urinas neutras e alcalinas.
· Solúveis em HCl.

Urato de amônio.
· Encontrado em urinas alcalinas.
· Solúveis em NaOH e em HCl.

Tirosina.
· Encontrados em urinas ácidas.
· Solúveis em NaOH e em HCl.

Leucina.
· Encontrado em urinas ácidas.
· Solúveis em NaOH.

Cistina.
· Encontrados em urinas ácidas.
· Solúveis em NaOH e em HCl.
· É o único cristal cujo encontro faz diagnóstico de uma patologia específica.

Obs: Outros cristais podem ser encontrados, como de colesterol, bilirrubina, sulfas ou outros medicamentos, mas usualmente não são referidos.

4.9 Leveduras

Anotadas em “outros elementos” e referida de forma igual nos dois tipos de sedimentos.
· RLEV – raríssimas leveduras.
· RALEV – raras leveduras.
· ALLEV – algumas leveduras.
· NULEV – numerosas leveduras.
Em casos em que este elemento está presente, convém que se pesquise a presença de filamentos micelianos, que são os elementos que asseguram mais a existência de infecção micótica.

4.10 Filamentos Micelianos

São referidos de forma igual nos dois tipos de sedimentos. A referencia será feita da seguinte forma:
· RRFMI – raríssimos filamentos micelianos.
· RRAFMI – raros filamentos micelianos.
· ALFMI – alguns filamentos micelianos.
· NUFMI – Numerosos filamentos micelianos.

4.11 Corpúsculos de Lipóides Birrefringentes

São evidenciados quando utilizado filtro para luz polarizada. Coloca-se o filtro sobre o campo das lentes girando até que, através da ocular, o campo se mostre escuro. Girar o disco do condensador até a posição d ou J (luz direta, sem contraste da fase) e pesquisar os corpúsculos de lipóides.
Estes aparecem como uma estrutura luminosa com a forma de uma cruz, comparada classicamente á cruz de Malta.
Podem estar “livres” ou incluídos em célula ou cilindros (este aspecto não necessariamente é referido.)
Este elemento é pesquisado apenas em casos nos quais a proteinúria for igual ou superior a 1,0 g/L.
São referidos da seguinte maneira:
· RRCLB – raríssimo corpúsculo de lipóides birrefringentes.
· RACLB – raros corpúsculos de lipóides birrefringentes.
· ALCLB – Alguns corpúsculos de lipóides birrefringentes.
· NUCLB – Numerosos corpúsculos de lipóides birrefringentes.

4.12 Trichomonas.

São Referidos igualmente nos dois tipos de sedimentos da seguinte maneira:
· RATRI – Raras trichomonas sp
· ALTRI – Algumas trichomonas sp.
· NUTRI – Numerosas trichomonas sp.

A fórmula padrão usada para a contagem de hemácias, também se aplica a contagem de células no liquor para determinar o número de células por ml. a fórmula aplicada é a mesma para qualquer câmara, tanto a de Fuchs quanto à de Neubauer, os dados da profundidade e da superfície normalmente vêm impressa nas câmeras no exemplo da figura 06 é de 0,200mm X 0,0625mm2, esse resultado será igual a 0,0125mm3, então a formula fica:
O número de células contadas divididas por 0,0125mm3, essa razão será igual ao número de células por ml.



Cálculo para determinação de partículas (uso geral)

Partículas por ml volume = partículas contadas / (superf. cont. (mm2) X profundidade câmara (mm) X diluição).

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