Instruções para Realização de Urinálise Sedimentoscopia.
INSTRUÇOES PARA USO DOS MICROSCÓPIOS.
Os microscópios da seção de Urina devem ser todos equipados com condensador de fase para que a rotina de microscopia seja feita com a óptica fase.
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Para a realização do exame microscópio ,é importante que o operador sente-se corretamente com as contas apoiadas adequadamente no encosta da cadeira e os pés tocando o chão .Para tanto, as cadeiras devem ser dotadas de rodízios e com altura regulável .A altura das oculares deve estar adequadamente ajustada a altura dos olhos. À distância pupilar deve ser ajustada corretamente .Ela de acordo com o observador .
O esfregaço de Urina é preparado para ser lido a fresco , sem lamínula e deve ser fino o suficiente comportar apenas um plano focal.
Para inicia a operação ,ligue o microscópio e girando o botão até atingir a luminosidade adequada trabalhando com contraste de fase e permitindo e desejável operar com o Maximo de luminosidade confortável á visão . O condensador deve estar elevado ,próximo da preparação (lâmina). A prática de baixar o condensador ,para aumentar o contraste não se aplica neste tipo de microscópio.
Utilizar as objetivas de pequeno aumento , inicialmente ,para localizar e examinar
de uma maneira geral preparação. Existe um número em cada anel de fase no condensador e em cada objetiva . Os números dos anéis do condensador e das objetivas devem coincidir (ph 2,ph3,etc).
O esfregaço deve ser fino o suficiente para conter apenas um plano focal durante a observação. Isto, na prática, corresponde ao fato de ao movimentarmos o micrométrico, só vermos uma camada de elementos por exemplo, células. A observação de elementos de planos superiores ou inferiores indica que o esfregaço esta muito espesso.
A leitura fina do esfregaço deve ser feita com objetiva de aumento de 40X. O resultado, no caso de sedimento qualitativo, é dado em número de elementos por campo microscópico. No caso do sedimento quantitativo, o resultado é dado em elementos por ml. Neste último caso, não é obrigatório a contagem com objetiva de 40X, Sendo possível a utilização de outras objetivas, com aumento menor, desde que a discriminação dos elementos não seja prejudicada.
Um erro comum é o de , na contagem do sedimento qualitativo, o obse4vador valorizar e escolhe mais os campos que contêm elementos, passando sem consideração os campos desprovidos ou pobres em elementos.
2. SEDIMENTO QUALITATIVO
Deve-se centrifugar cerca de 12 ml de urina em tubo cônico, por 10 minutos á 3000 rpm. Variações de 6 a 10minutos e 2800 a 3500 rpm, são aceitáveis.
Obs: Quando a contagem for realizada em urina não centrifugada, multiplicar por 50.
Inverter o tubo, após a centrifugação, e utilizar a urina sobrenadante para as eventuais pesquisas e dosagens. No fundo do tubo permanecem cerca de 0,2 ml de sedimento. Este material deve ser colocado em lamina, formando o esfregaço fino.
A contagem dos elementos deve ser feita em vários campos, e o resultado final será a média do número de elementos observados.
3. SEDIMENTO QUANTITATIVO.
Deve-se centrifugar exatamente 10ml de urina, em tubo cônico graduado, por 10 minutos, á 3000 rpm. Variações de 6 a 10 minutos e 2800 a 3500 rpm são aceitáveis.
Obs: Quando a contagem for realizada em urina não centrifugada, multiplicar por 10.
Sem agitar e sem ressuspender o sedimento, retirar os 9 ml superiores. Agitar o tubo para homogeneizar o material restante (1ml). Inclinar o tubo e, com o auxilio de um capilar, transferir a amostra homogeneizada para a câmara de Neubauer, preenchendo cuidadosamente a área de contagem, observando para que não haja transbordamento.
Lembrar que, em cada câmara, é possível colocar duas amostras ao mesmo tempo.
A contagem dos elementos deve ser feita da seguinte maneira:
· Contar o número de elementos presentes nos quatro quadrados grandes – cada um destes quadrados contém dezesseis quadrados menores – tirar a média aritmética e multiplicar por mil.
· Se a urina contiver um número muito grande de elementos, podem ser contados os quatro quadrados pequenos que se encontram nos vértices do quadrado central mais o quadrado pequeno central, tirar a média aritmética d multiplicar por 25 ml.
4. ELEMENTOS VISUALIZADOS.
4.1 Células Epiteliais
Não é feita a contae4m das mesmas. A valia-se a quantidade expressando o resultado da seguinte forma:
· RR – Raríssimas.
· RA – Raras.
· AL – Algumas.
· NU – Numerosas.
No Sedimento qualitativo existe espaço próprio para anotar as células. No sedimento quantitativo elas deverão ser anotadas no espaço destinado a “Outros elementos”, com a mesmo nomenclatura usada para o sedimento qualitativo.
Não há justificativa para se expressar numericamente a quantidade de células epiteliais.
4.2 Leucócitos
Sedimento Qualitativo: Além do número médio encontrado em cada campo, será fornecida a informação quanto ao estado em que os leucócitos se encontram (isolados, degenerados, agrupados).
A seguir apresentamos a relação de observações referentes aos leucócitos que pode ser utilizada em casos de sedimento qualitativo.
Números utilizados:
· De 1 a 10 por campo utiliza-se qualquer número.
· De 10 a 20 por campo utilizam-se apenas o número 15. Qualquer outro número nesta faixa deverá ser aproximado.
· De 20 a 100 por campo utiliza-se números de 10 em 10 , (ex: 30 pc, 50 pc, etc).
Siglas:
· RR - Raríssimos.
· RA - Raros.
· ISO – Isolados.
· IRD – Isolados, raramente degenerados.
· IAD – Isolados, algumas vezes degenerados.
· IFD – Isolados, freqüentemente degenerados.
· RDA – Raramente degenerados e agrupados.
· ADA – Algumas vezes degenerados e agrupados.
· FDA - Freqüentemente degenerados e agrupados.
4.3 Eritrócitos
· Sedimento Qualitativo: Procede-se a contagem e, quando o número for igual ou superior a 10 pc deve ser referida a presença ou não de dismorfismo eritrocitário ( Dis E).
· Sedimento Quantitativo: Procede-se á contagem e, quando o número for igual ou superior a 10000/ml refere-se a presença ou não de dismorfismo eritrocitário (DIS E ).
Se o dismorfismo eritrocitário for positivo, com presença de cilindros hemáticos, considere este item completo.
Se o dismorfismo for positivo, mas não houve observação de cilindros hemático, centrifugar novo tubo e observar qualitativamente (em lâmina) a presença de cilindros. A centrifugação de novo tubo também será necessária quando houver dúvida no resultado do dismorfismo. Neste caso, anotar no item “Outros” a seguinte observação: No exame qualitativo do sedimento foram observados raríssimos (ou raros) cilindros (descrever o tipo de cilindro encontrado e que não tenha sido referido no exame quantitativo). O próprio técnico que leu o sedimento quantitativo se encarrega de observar isto.
Obs: Os eritrócitos poderão ser contados em urina pura em casos em que o número de leucócitos for tão alto a ponto de dificultar a observação dos eritrócitos. Nestes casos, o resultado no sedimento qualitativo deverá ser multiplicado por 50 e no sedimento quantitativo por 10.
4.4 Dismorfismo Eritrocitário (Dis E)
Deve ser referido sempre que o número de eritrócitos for igual ou superior a 10 pc ou 10000/ml.
O resultado será expresso pelo técnico em cruzes e no laudo deverá ter a seguinte interpretação:
Dis E + - discreto dismorfismo eritrocitário.
Dis E ++ - moderado dismorfismo eritrocitário.
Dis E +++ - evidente dismorfismo eritrocitário.
Dis E 0 – ausência de dismorfismo.
A análise do dismorfismo eritrocitário, relacionada com presença de cilindro hemático é de extrema utilidade no diagnóstico da origem de uma hematúria.
Devido ao seu grau de importância, só poderá ser avaliado por técnicos bem treinados e todo dismorfismo positivo deverá ser revisto por outro técnico.
4.5 Cilindros
Para facilitar a evidenciação dos cilindros, observa-se primeiramente a presença deles em aumento menor (100 vezes) e identificar-se qual o tipo em aumento maior (400X).
Sedimentos Qualitativos: Os cilindros não são contados, mas descritos em relação ao tipo e avaliados através das seguintes denominações:
· RR – Raríssimos.
· RA – Raros.
· AL – Alguns.
· NU – Numerosos.
Sedimento Quantitativo: Conta-se o número de cilindros isoladamente, dependendo do tipo, expressando o resultado por ml.
Tipos de Cilindros:
· HIAL – Hialinos.
· FINGRAN – Finamente granulosos.
· GRAN – Granulosos.
· CEL – Celulares.
· CER – Céreos.
· LIF – Lipoídicos só são pesquisados e referidos quando a proteína for igual ou superior a 1g/l.
· HEM – Hemáticos só são pesquisados e referidos em casos em que o número de eritrócitos for igual ou superior a 10 pc ou 10000/ml.
4.6 Filamentos de Muco
São anotados em “Outros elementos” e referidos da mesma maneira, tanto no sedimento qualitativo como no quantitativo. O resultado sairá da seguinte maneira:
· PQMUC – pequena quantidade de muco.
· REMUC – regular quantidade de muco.
· APMUC – apreciável quantidade de muco.
4.7 Bactérias
São referidas no espaço destinado a “outros elementos”. A maneira de anotar a presença de bactérias será igual tanto para sedimento qualitativo como para quantitativo.
· RABAC – raras bactérias.
· ALBAC – algumas bactérias.
· NUBAC – numerosas bactérias.
Obs: É importante que esta referência seja feita apenas quando o observador tiver absoluta certeza de que se trata realmente de bactérias e a flora for “homogênea”.
4.8 Cristais
Os Cristais são referidos na parte do exame destinada a “Outros elementos” e de acordo com a quantidade serão referidos como:
· RR – Raríssimos + o tipo de cristal (urato amorfo, oxalato de cálcio etc).
· RR – Raros.
· AL – Alguns.
· NU – Numerosos.
Como a presença de alguns cristais depende do pH urinário deve ser observado se há compatibilidade. Além da morfologia, há alguns procedimentos que auxiliam a identificação dos diferentes tipos de cristais.
Tipos de Cristais
Ácido úrico.
· Freqüentemente encontrados em urinas ácidas.
· Solúveis em NaOH em Tampão Borato.
· Com o uso do filtro de luz polarizada, evidencia-se uma grande variedade de cores, possibilitando a sua diferenciação de outros cristais.
Urato amorfo.
· Encontrado em urinas ácidas e neutras.
· Solúvel em NaOH ou em Tampão Borato.
Oxalato de Cálcio.
· Encontrado em qualquer pH.
· Solúveis em HCl diluído.
Fosfato amorfo.
· Encontrado em urinas neutras ou alcalinas.
· Solúveis em ácido acético ou em tampão acetato.
Fosfato amoníaco – magnesiano.
· Encontrado em urinas neutras ou alcalinas.
· Solúveis em ácido acético ou em tampão acetato.
Fosfato de Cálcio.
· Encontrado em urinas neutras e alcalinas.
· Solúveis em HCl.
Urato de amônio.
· Encontrado em urinas alcalinas.
· Solúveis em NaOH e em HCl.
Tirosina.
· Encontrados em urinas ácidas.
· Solúveis em NaOH e em HCl.
Leucina.
· Encontrado em urinas ácidas.
· Solúveis em NaOH.
Cistina.
· Encontrados em urinas ácidas.
· Solúveis em NaOH e em HCl.
· É o único cristal cujo encontro faz diagnóstico de uma patologia específica.
Obs: Outros cristais podem ser encontrados, como de colesterol, bilirrubina, sulfas ou outros medicamentos, mas usualmente não são referidos.
4.9 Leveduras
Anotadas em “outros elementos” e referida de forma igual nos dois tipos de sedimentos.
· RLEV – raríssimas leveduras.
· RALEV – raras leveduras.
· ALLEV – algumas leveduras.
· NULEV – numerosas leveduras.
Em casos em que este elemento está presente, convém que se pesquise a presença de filamentos micelianos, que são os elementos que asseguram mais a existência de infecção micótica.
4.10 Filamentos Micelianos
São referidos de forma igual nos dois tipos de sedimentos. A referencia será feita da seguinte forma:
· RRFMI – raríssimos filamentos micelianos.
· RRAFMI – raros filamentos micelianos.
· ALFMI – alguns filamentos micelianos.
· NUFMI – Numerosos filamentos micelianos.
4.11 Corpúsculos de Lipóides Birrefringentes
São evidenciados quando utilizado filtro para luz polarizada. Coloca-se o filtro sobre o campo das lentes girando até que, através da ocular, o campo se mostre escuro. Girar o disco do condensador até a posição d ou J (luz direta, sem contraste da fase) e pesquisar os corpúsculos de lipóides.
Estes aparecem como uma estrutura luminosa com a forma de uma cruz, comparada classicamente á cruz de Malta.
Podem estar “livres” ou incluídos em célula ou cilindros (este aspecto não necessariamente é referido.)
Este elemento é pesquisado apenas em casos nos quais a proteinúria for igual ou superior a 1,0 g/L.
São referidos da seguinte maneira:
· RRCLB – raríssimo corpúsculo de lipóides birrefringentes.
· RACLB – raros corpúsculos de lipóides birrefringentes.
· ALCLB – Alguns corpúsculos de lipóides birrefringentes.
· NUCLB – Numerosos corpúsculos de lipóides birrefringentes.
4.12 Trichomonas.
São Referidos igualmente nos dois tipos de sedimentos da seguinte maneira:
· RATRI – Raras trichomonas sp
· ALTRI – Algumas trichomonas sp.
· NUTRI – Numerosas trichomonas sp.
A fórmula padrão usada para a contagem de hemácias, também se aplica a contagem de células no liquor para determinar o número de células por ml. a fórmula aplicada é a mesma para qualquer câmara, tanto a de Fuchs quanto à de Neubauer, os dados da profundidade e da superfície normalmente vêm impressa nas câmeras no exemplo da figura 06 é de 0,200mm X 0,0625mm2, esse resultado será igual a 0,0125mm3, então a formula fica:
O número de células contadas divididas por 0,0125mm3, essa razão será igual ao número de células por ml.
Cálculo para determinação de partículas (uso geral)
Partículas por ml volume = partículas contadas / (superf. cont. (mm2) X profundidade câmara (mm) X diluição).
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